13 jogos são liberados de graça para lutar contra a censura! Resgate agora
Sim, tem game safadinho na faixa, mas a treta vai além… Entenda a polêmica que está rolando com Steam e outras lojas de games
A GOG, loja dos criadores de The Witcher e eterna rival da Steam na corrida pelo coração (e carteira) dos gamers de PC, resolveu botar o dedo na ferida da indústria: a censura.
Em uma campanha batizada de Freedom To Buy, a plataforma liberou 13 jogos adultos de graça por 48 horas, com o desconto de 100% acabando no domingo (3). O objetivo? Defender a liberdade criativa dos desenvolvedores e garantir que certos jogos não sumam do mapa só porque alguém decidiu que não gostava deles.
Mas calma lá: essa não é só uma ação pra distribuir uns joguinhos picantes no final de semana. A iniciativa é uma resposta direta à onda de remoções e restrições impostas a jogos com conteúdo NSFW (vulgo “não é seguro abrir isso no trabalho”) nas maiores plataformas digitais do mundo.

Enquanto Valve (Steam) e Itch.io enfrentam pressão de grupos conservadores e, mais importante ainda, de empresas de pagamento como Visa, MasterCard e PayPal, a GOG decidiu ir na contramão — e ainda te dá joguinho grátis como brinde. E como a gente gosta de jogo grátis e de explicar tretas, tiramos um tempinho pra lançar essa edição extra hoje!
Então vem com a gente, pois hoje tem muito game na faixa (por tempo limitado) e um caminhão de polêmicas.
O que é a campanha Freedom To Buy?
A GOG lançou a campanha Freedom To Buy como forma de protesto contra o que eles chamam de “apagamento silencioso” de jogos adultos nas lojas digitais. Segundo a empresa, muitos desses títulos estão sendo removidos não por quebrarem a lei, mas simplesmente porque incomodam certos grupos — o que, segundo eles, coloca em risco o direito de criadores contarem suas histórias.
O site oficial da campanha Freedom To Buy serve como manifesto e biblioteca digital, reforçando a ideia de que jogos devidamente classificados e legais não deveriam ser censurados ou apagados por pressões externas.
Quais jogos estão de graça?
Para dar luz a essa campanha, a GOG se uniu aos desenvolvedores e liberou 13 jogos de graça até este domingo, 3 de agosto — então corra pegar os games e você se interessar. A ideia é mostrar como esse “apagamento silencioso” pode ser amplo, então a lista inclui desde títulos mais gore, como é o caso de Agony, até games mais “salientes”.
Se você é maior de 18 anos e quer aproveitar, você pode resgatar todos os jogos abaixo no site da campanha até dia 3 de agosto.
Leap of Love
Being a DIK – Season 1
Leap of Faith
POSTAL 2
House Party
HuniePop
Lust Theory
Agony + Agony Unrated
Treasure of Nadia
Summer’s Gone – Season 1
Fetish Locator Week One
Helping the Hotties
Sapphire Safari
A melhor parte: depois de resgatados, você pode baixar e guardar os jogos para sempre. A GOG trabalha com DRM-free, o que significa que, uma vez no seu PC, ninguém mais pode te impedir de jogá-los. Pois é, a empresa foi “all win” na campanha contra a censura.
Por que esses jogos estão sumindo das lojas?
Tudo começou quando a organização australiana Collective Shout, conhecida pelas causas conservadores, pressionou empresas de pagamento a deixarem de colaborar com plataformas que hospedam jogos com temáticas polêmicas. As críticas começaram com um tom sério, mas o problema é que, na tentativa de “limpar a casa”, muitos jogos adultos foram removidos em massa — inclusive alguns premiados e com conteúdo LGBTQIA+ ou erótico consensual.
A Steam e o Itch.io passaram a desindexar jogos rotulados como NSFW, e milhares de títulos desapareceram da busca em dias. Desenvolvedores não sabiam nem se seus jogos estavam banidos ou só escondidos.
Empresas de pagamento podem, e têm, influenciado o que pode ou não ser vendido nas plataformas — e o critério delas nem sempre é claro.
Apesar da pressão vir de grupos como o Collective Shout, o poder real tá na mão das empresas de pagamento, como Visa, MasterCard e PayPal. Essas empresas podem, e têm, influenciado o que pode ou não ser vendido nas plataformas — e o critério delas nem sempre é claro. Foi isso que levou, por exemplo, o OnlyFans quase a banir conteúdo adulto em 2021 (lembram disso?).
Essa forma de censura indireta, que alguns chamam de "censura financeira", tá começando a incomodar muita gente da indústria — e não é só quem faz jogo picante, não.
De um lado, existe uma preocupação legítima com conteúdo que ultrapassa limites éticos ou legais. De outro, há um receio de que essa "limpeza" esteja jogando fora o bebê com a água do banho.
Jogos adultos com narrativas profundas, representatividade queer e propostas artísticas ousadas estão sendo limados sem muito critério. E, como bem destacou o manifesto da GOG, “reviver um jogo amanhã é exponencialmente mais difícil se ele for deletado hoje”.
Devs e gamers estão irritados
Além da campanha da GOG, jogadores e desenvolvedores estão organizando protestos, petições e até incentivando ligações diretas para as empresas de cartão pedindo o fim dessa censura. Uma petição no Change.org iniciada na semana passada já passou de 150 mil assinaturas, por exemplo.
Vários criadores também estão indignados com a forma como seus jogos têm sido apagados. Os desenvolvedores de Consume Me, que possui uma demo grátis, chamou a situação de “inaceitável” e acusou os processadores de pagamento de promover uma “guerra cultural” contra expressões de sexualidade e diversidade.
Já o criador de Radiator 2, Robert Yang, alertou que o que está sendo censurado vai muito além da saliência: há um ataque à arte, à diversidade e à liberdade de expressão nos games.
O que tudo isso significa pra gente?
Se você joga, desenvolve ou simplesmente se importa com a liberdade criativa, é bom ficar de olho. Hoje são os jogos adultos que estão na mira. Amanhã pode ser qualquer coisa que "incomode demais" alguém com poder o suficiente para tirar do ar.
Enquanto regulamentação é importante para evitar que crimes aconteçam online, é sempre bom que tudo seja feito de maneira transparente, e não apenas por quem controla o dinheiro. O debate sobre os limites do conteúdo nos games é necessário — mas quem decide esses limites? E com base em quê? Fica aí o questionamento para o fim de semana.
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