A nova geração de consoles chega amanhã!
A nova geração está batendo na porta e, enquanto PS5 e Xbox Series X e S não chegam às lojas, as informações sobre os consoles não param de surgir. Após inúmeros produtores de conteúdo colocarem as mãos nos dispositivos, já temos detalhes até mesmo do interior dos consoles.
Saindo do hardware, o mundo dos games também andou movimentado nas últimas semanas. A Dontnod disse que tem muitas novidades para o futuro e a franquia Mass Effect está voltando com tudo.
Além das novas da semana, confira também nosso textão sobre PlayStation, Xbox e suas contrapartes no mundo do cinema e televisão.
Início da nova geração
A nova geração começa oficialmente nesta semana: o Xbox Series X e S chegam em 10 de novembro ao mercado, com preços de R$ 4.599 e R$ 2.799. Já no dia 12, as duas versões do PS5 serão lançadas no exterior, chegando uma semana depois ao Brasil por valores entre R$ 4.199 e R$ 4.699. Se você ainda não conhece os produtos, vale a pena dar uma passada no nosso especial sobre a next-gen.
SSDzinhos
O youtuber e streamer Rato Borrachudo abriu o Xbox Series X e Series S e descobriu detalhes interessantes sobre o armazenamento dos consoles. Ambos utilizam um SSD no padrão M.2 2230, que é beeem pequeno, e tecnologia PCIe 3.0 (nada do novo PCie 4.0). Enquanto o grandão usa um dispositivo da Western Digital, o caçula traz um SSD da SSSTC. Os componentes são bem parecidos com dispositivos presentes no PC e abrem portas para mais soluções de expansão de memória para os consoles no futuro. Até agora, porém, a Microsoft só anunciou um cartão SSD externo bem caro feito com a Seagate.
Testei o Xbox Series X
Após uma semana com o console de nova geração da Microsoft, o Jornal dos Jogos não abriu o console, mas lançou um especial gigantesco sobre o Xbox Series X. Todo o conteúdo está disponível nessa página bonitona, que será atualizada com novidades sobre o dispositivo com o passar do tempo. Diversos jogos que serão migrados para a nova geração já começaram a receber patches de atualização, então vale a pena ficar ligado no meu canal da Twitch para não perder eventuais lives do Jornalzito.
Valhalla chegando
O próximo Assassin's Creed está chegando e as primeiras análises do game já estão no ar. Aparentemente, a Ubisoft mandou bem com o jogo, mas o título não traz tantas novidades para a franquia além da roupagem viking. Segundo define Carlos Estrella na análise do Adrenaline, é basicamente "AC: Odyssey só que com vikings".
The Medium adiado
Enquanto uns jogos chegam, outros atrasam... O adiamento de Cyberpunk 2077 continua gerando dores de cabeça. O jogo da CD Projekt Red sairá em 10 de dezembro e a Bloober Team teve que alterar a data de chegada de The Medium, exclusivo de Xbox Series e PC. Afinal, ninguém quer ter seu trabalho atropelado pelo jogo mais esperado dos últimos anos. O game de terror estará disponível em 28 de janeiro, isso se o RPG futurista com genitais editáveis não atrasar novamente.
Mass Effect está de volta
Durante a celebração da franquia Mass Effect, a EA Games anunciou que a trilogia original de jogos será relançada em um pacote chamado Legendary Edition (o Andromeda não está incluído). A empresa também disse que um novo jogo da saga está em desenvolvimento e revelou uma imagem do projeto, que pode ser vista acima. Pelo andar da carruagem, ainda deve demorar um tempo para vermos algo concreto sobre o projeto.
Dontnod on fire
A Dontnod lançará em dezembro o jogo Twin Mirror, mas a empresa tem mais munição para o futuro. O estúdio possui seis projetos em desenvolvimento e quer explorar novas mecânicas de gameplay e narrativa. A produtora até aumentou sua folha de pagamento e agora possui mais de 300 funcionários trabalhando em jogos que "vão surpreender as pessoas". Depois de obras como Life is Strange 2 e Tell me Why, os olhos de muita gente estão voltados para a empresa francesa.
Prepare o armazenamento
O espaço de armazenamento gigantesco ocupado por Call of Duty Black Ops Cold War não é exclusividade do PC. O novo jogo de tiro já está disponível para pré-load e ocupa até 136 GB de espaço nos consoles. Considerando que o Series S tem 365 GB de seu SSD utilizável para jogos, uma boa fatia do armazenamento vai ficar com o shooter. Será que no futuro teremos um bundle trazendo o novo COD com um SSD ou HDD externo? Fica aí a dica de ouro para a Activision.
E faça backup
A Capcom foi vítima de um ataque ransomware, aquele em que os hackers "sequestram" dados e pedem um resgate. Segundo as estimativas, 1 TB de dados foi pego pelos cibercriminosos, incluindo informações financeiras e segredos da empresa, como produtos não anunciados. Além da desenvolvedora de Resident Evil, o governo brasileiro também tomou uma enrabada federal por causa de um ransomware e vários serviços estão offline. Com isso em mente, fica a dica: evite baixar arquivos que parecem perigosos e faça backup de dados importantes regularmente.
Dungeons 3 está de graça na Epic Games Store até quinta-feira, dia 12 de novembro. Uma pedida interessante para quem curte jogos de estratégia, gênero que combina muito bem com o PC.
Celeste chegou ao Xbox Game Pass! O catálogo também recebeu outras novidades, mas vale a pena separar um tempinho e conhecer esse indie bem maneiro. Além disso, o serviço receberá integração com o EA Play no dia 10, mesmo dia em que Star Wars Jedi Fallen Order será adicionado ao catálogo da plataforma da Eletronic Arts. Ou seja, preparem seus sabes de luz.
Rogue Company é um shooter que já está disponível de graça faz um tempo. Eu só dei uma chance ao game agora e digo que vale a pena. O jogo da Hi-Rez está disponível no PC e consoles (até no Switch), possui crossplay e será atualizado para a nova geração. Uma ótima forma de passar um tempo com a galera, até quem tem um PC modesto.
“Playstation é cinema, Xbox é Netflix”
O site de Gamesindustry.biz é conhecido por fazer análises e trazer reportagens sobre games com um olhar voltado para o mundo dos negócios. Com a chegada da nova geração de consoles, não foi diferente. O jornalista Christopher Dring lançou um brilhante artigo em que compara o PlayStation 5 e o Xbox Series X e S com outros dois meios de entretenimento: o cinema e o streaming de vídeo.
"Se o Xbox é a Netflix, o PlayStation 5 é o cinema". Esse é o título do artigo publicado na sexta-feira (6), em que o especialista discorre sobre o posicionamento de mercado de Sony e Microsoft na nova geração. Inclusive, a análise não é a primeira vez em que Dring faz suas projeções sobre o futuro da indústria: em julho, utilizamos um artigo do jornalista sobre a guerra dos consoles como base de uma edição da nossa newsletter sobre o Xbox Game Pass.
Mas, para a infelicidade de quem escreve textões, muitos leitores não costumam passar do título de uma matéria. Por causa disso, algumas pessoas utilizaram a definição feita por Christopher Dring para alimentar a guerra dos consoles. Basta conferir a publicação do artigo no Twitter para ver quantas pessoas se doeram ao ver o Xbox sendo comparado com a Netflix e quantos jogadores se vangloriam ao ver o PlayStation 5 sendo definido como uma experiência de cinema.
As coisas não são bem assim, gente. Afinal, a Netflix possui produções de qualidade e até já ganhou Oscars. Além disso, assistir a um filme ruim no cinema não torna o conteúdo melhor (aprendi isso com a pré-estreia de Batman vs Superman).
Na verdade, Sony e Microsoft estão bem confortáveis desempenhando seus papéis como "cinema" e "Netflix". Além disso, as empresas também estão tentando se adaptar para surrupiar as melhores características presentes na concorrência e virar uma espécie de "Disney+ dos games".
PS5 é cinema?
Em sua análise, Christopher Dring diz que o PlayStation 5 sintetiza os negócios da Sony no mundo dos games em um console. O dispositivo é grande, chamativo, vem acompanhado de gadgets com novos recursos e com aparência premium. Toda essa experiência chega acompanhada de jogos exclusivos de alto orçamento, com aspecto de blockbuster. "O PS5 é sobre experiências de jogo AAA de alta qualidade que você joga sozinho, com um headset e um controlador sofisticados", explica o jornalista.
Basta ver as análises do console para comprovar a metáfora. O PS5 é um console gigantesco e que possui um controle cheio de firulas, bem como um headset que promete som de alta qualidade. Algumas das funções até já apareceram em outros produtos no mercado, mas a Sony vende tudo isso de uma forma integrada em seu ecossistema de jogos.
Sabe quando a Marvel lança um novo blockbuster e enche os cinemas com produtos temáticos inspirados nos filmes, desde pacotes de doces até baldes de pipoca em formato de Manopla do Infinito? That's the deal. A Sony aposta nessa vibe para entreter seu público com grandes produções, trazendo uma pegada literalmente cinematográfica em seus jogos.
Com o PS5, a Sony promete que você poderá sentir o balanço da teia lançada por Miles Morales no novo jogo do Spider-Man. Você poderá ouvir em detalhes quando uma bomba explodir perto do personagem. Só é necessário comprar um headset que custa mais de R$ 500 e um jogo que sai por cerca de R$ 300.
Xbox é Netflix?
A jogada da Xbox é bem diferente. A empresa recebeu o apelido de "Netflix dos jogos" lá por 2017, quando lançou o Xbox Game Pass. Assim como a pioneira nas plataformas de streaming de vídeo, a empresa de games oferece um catálogo com centenas de produtos por um preço mensal fixo.
Enquanto a Sony oferece um dispositivo com visual premium com dispositivos extravagantes, o negócio da Microsoft é fazer as pessoas assinarem um serviço, independente do aparelho em que o jogo será rodado. A empresa possui o Xbox Series X, um console de alto desempenho e que briga com o PS5, mas o Game Pass também está no Xbox Series S, Xbox One, PC e até Android.
A semelhança com a Netflix também está no método de trabalho. A Microsoft lança uma bordoada de jogos no Game Pass salmente. Assim como na plataforma de vídeo, as produções seguem diversos gêneros e formatos, desde Gears 5 até Flight Simulator, e os "originais" entram no catálogo de maneira imediata e para ficar -- como os filmes da Netflix que nem vão para o cinema.
O problema dessa fórmula está na qualidade. Afinal, assim como a Netflix, nem todas as "produções originais" da Xbox caem no gosto do público. O planejamento atual da empresa também deixou os consoles de nova geração da linha sem um jogo nível "Stranger Things" em seu lançamento. Com o adiamento de Halo Infinite e The Medium, o Xbox Series X e S oferecem uma ampla retrocompatibilidade com uma dezena de jogos com gráficos de ponta, mas sem grandes novidades.
Blockbusters do Xbox
Enquanto o "cinema" e a "Netflix" possuem suas forças, a verdade é que tanto PlayStation quanto Xbox querem ser o Disney+ do mundo dos games. Com a nova geração de consoles, as duas empresas estão se consolidando no que sabem fazer de melhor, mas também miram em fatores da concorrência para tentar evoluir sua oferta de produtos.
Tal qual Netflix, o Xbox Series X tem um catálogo com produções originais de qualidade duvidosa, mas a empresa está tentando ser mais "cinema". Gears 5 é um bom exemplo disso, pois combina um ecossistema multiplayer com uma campanha de qualidade e cheia de momentos surpreendentes.
ém disso, a companhia já engatilhou uma série de lançamentos promissores para o futuro. A lista de futuros jogos queegarão ao Game Pass, e também no Xbox Seires X, inclui títulos como Hellblade II, Avowed, dos criadores de Fallout New Vegas, e um novo Fable.
A Microsoft também comprou a Bethesda e está disposta a investir em mais estúdios se necessário. Com tanto poder de fogo. Assim como a Netflix chegou ao Oscar com produções como "O Irlandês", a Xbox vai tentar conquistar mais assinantes para o Game Pass com possíveis blockbusters.
Serviços do PS5
Por outro lado, a Sony também está tentando ser mais "Netflix". Apesar de seu foco ainda ser o comércio de jogos triplo-A, a empresa deu um upgrade na PlayStation Plus com o PS5. O serviço agora conta com o PS Collection, que traz uma seleção de grandes jogos da geração por uma mensalidade fixa.
Em setembro, o CEO da PlayStation, Jim Ryan, disse que não pretende competir com o Game Pass e trazer grandes jogos direto para o catálogo do PS Plus Collection. "Esses jogos [exclusivos] custam mais de US$ 100 milhões para serem feitos. Seria insustentável", disse o executivo, em entrevista para o já mencionado site GamesIndustry.biz.
Mesmo sendo contra a ideia do Game Pass, a Sony vem utilizando o lançamento via assinatura quando é conveniente. A PlayStation Plus de novembro, por exemplo, traz em seu catálogo do PS5 o exclusivo Bugsnax.
Além disso, a companhia adiou o exclusivo online Destruction AllStars para fevereiro e também trará o game de R$ 300 na PS Plus. O jogo estará disponível sem custos para assinantes por dois meses, o que deve ajudar a engrenar a comunidade, assim como ocorreu com o indie Fall Guys.
Todo mundo quer ser Disney+
No final das contas, tanto PlayStation quanto Xbox almejam vender jogos de qualidade e serviços atraentes, da mesma forma que a casa do Mickey Mouse faz com filmes e séries. Além de entregar blocksbusters de cair o queixo e que formam filas nos cinemas, a Disney também possui um serviço de assinatura com um catálogo robusto de produções e com um valor atraente.
A Xbox já está investindo pesado para se tornar a líder nos serviços de games e tem um catálogo promissor de produções para os próximos anos. A Sony ainda dá passos leves fora de sua zona de conforto, mas está evoluindo a PlayStation Plus e possui um combustível importante para qualquer negócio: uma comunidade apaixonada e disposta a gastar dinheiro.
A nova geração de consoles começa oficialmente em 10 de novembro e, ao que tudo indica, a briga pela atenção dos consumidores será intensa nos próximos anos. No fim das contas, quem deve sair ganhando são os jogadores.
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