A Quiet Place The Road Ahead surpreende com imersão e áudio de qualidade - Review
Incluindo detecção de microfone, jogo de Um Lugar Silencioso traz boa mistura de terror e furtividade
Lançado em 2018, o filme Um Lugar Silencioso ganhou a atenção de muita gente por ser um dos primeiros trabalhos do ator John Krasinski, o Jim de The Office, como diretor e roteirista nos cinemas. O longa-metragem acabou ganhando uma legião de fãs de terror com a sua temática interessante, o que rendeu sequências nas telonas e, também, um jogo: A Quiet Place: The Road Ahead.
O projeto feito pela Saber Interactive e a Stormind Games se aproveita das premissas principais do filme para trazer a tensão do mundo de Um Lugar Silencioso para os games. E, olha, enquanto eu estava cético com o jogo em um primeiro momento, a imersão trazida pelo game logo nos primeiros minutos de gameplay já me conquistou.
Apesar de não ser um game revolucionário, o título cumpre bem o papel de ser uma adaptação de filme para os games, ajudando a expandir o universo de terror para essa nova mídia. A seguir, confira mais detalhes sobre A Quiet Place: The Road Ahead na nossa review completa do game no Xbox Series X, cortesia da Saber Interactive e da Theogames.
Qual a história de A Quiet Place: The Road Ahead?
O jogo de Um Lugar Silencioso se passa no mesmo universo dos filmes, então os fãs do longa-metragem vão se sentir em casa. Trazendo câmera em primeira pessoa, o game acompanha Alex Taylor, uma estudante que sobrevive no mundo pós-apocaliptico com seu namorado, Martin, além de seu pai e mais um grupo de confiança.
Assim como nos filmes, a grande ameaça de Road Ahead são alienígenas que tomam conta do mundo e matam qualquer coisa que faz barulho. Depois de um incidente fatal, a protagonista precisa fugir para um acampamento pela sua sobrevivência, enfrentando os perigos da estrada até o local.
Enquanto a premissa já seria suficiente para entregar uma narrativa similar a dos filmes, temos um diferencial no jogo: Alex Taylor tem asma! Ou seja, além de ter que ficar em silêncio para evitar os monstros que espreitam por barulho, o jogador precisa ficar ligado na doença da protagonista, que pode começar a ter problemas de respiração durante o gameplay em momentos de tensão.
Com essa premissa, o título conta com uma narrativa e gameplay bastante lineares, com uma jogabilidade que pode ser amigável até mesmo para quem não é muito familiarizado com games. Para jogadores mais experientes, no entanto, essa linearidade também pode incomodar, pois alguns locais do jogo são bem bonitos, mas inexploráveis durante o gameplay.
Jogabilidade é imersiva e merece fones de ouvido
Falando em gameplay, a jogabilidade de A Quiet Place: The Road Ahead é um ponto que pode conquistar quem curte experiências imersivas, mesmo com a história não sendo muito elaborada. Misturando horror e furtividade, o título te coloca dentro do mundo de Um Lugar Silencioso para sobreviver aos monstros alienígenas.
Grande parte da experiência se resume em sair de ponto A e ir até o ponto B sem morrer. O grande desafio é não fazer barulho durante o caminho, seja desviando de latas, abrindo portas muito devagar e pisando no lugar certo — pisar em cacos de vidro, poças de água e folhas secas pode ser fatal.
O game conta com um sistema de som bem rebuscado e completo, permitindo que o jogador, ao usar fones de ouvido, saiba exatamente onde pisar e quais ações podem evitar barulhos. Além disso, Alex pode usar um “medidor de barulho ambiente” durante o gameplay, o que permite bolar estratégias para não alertar os monstros.
Em locais escuros, no entanto, o jogador precisa guardar o aparato e usar uma lanterna, o que deixa a experiência ainda mais imersiva para os ouvidos. Durante todo o processo, temos os sons das criaturas assustadores à empreita, sempre elevando a imersão e o terror.
E para quem tem coragem mesmo, A Quiet Place: The Road Ahead também permite jogar com o microfone ligado. Assim, o som captado do jogador também é adicionado ao gameplay: se você fizer barulho na vida real, os monstros vão aparecer para caçar Alex. Aqui, os fãs de Alien Isolation com certeza vão se sentir representados.
“Batalha” com os monstros envolve silêncio e furtividade
Enquanto boa parte do gameplay envolve se esconder e não fazer barulho para não alertar os monstros, eventualmente Alex também encontra os alienígenas e precisa “encará-los”. Assim como nos filmes, a batalha contra os bichos não envolve um confronto direto, mas sim escapar sem ser morto.
Nesses pontos do gameplay, a imersão é bem grande: o monstro te segue a qualquer barulho alto, o que deixa a situação bem tensa e exige muito silêncio e furtividade do jogador. Vale ressaltar, inclusive, que o título possui diferentes níveis de dificuldade, o que pode facilitar a vida de quem é mais casual, ou garantir um desafio maior para quem busca por isso.
É válido ressaltar, no entanto, que em alguns casos essa parte das “batalhas” pode gerar certa frustração. Apesar de apenas ouvirem, os monstros ficam se movimentando nas áreas e podem acabar esbarrando no jogador em silêncio, o que resulta na morte imediata. No entanto, com a estratégia certa, é possível superar as criaturas depois de alguns sustos.
Asma no apocalipse não é legal
Outro ponto importante do gameplay é a asma de Alex. Mostrando que não é fácil ser doente no apocalipse, o jogo sempre te deixa em uma posição difícil após a personagem carregar objetos ou ficar muito próxima dos inimigos.
A interface do game conta com um medidor em forma de pulmão e, quando ele começa a pulsar, Alex pode ter um ataque e começar a tossir, o que pode ser fatal no mundo de Um Lugar Silencioso. Nessa parte, o gameplay envolve o consumo de pílulas, que podem ser encontradas no ambiente.
Além disso, o jogador encontra e carrega bombinhas de asma, que podem ser usadas com a mão esquerda de Alex, voltada para os consumíveis. O item garante uma melhora rápida para a asma, mas faz barulho durante o uso e pode alertar criaturas muito próximas. Com isso, o jogador sempre possui o dilema de quando se medicar ou não.
No fim das contas, achei essa mecânica bem divertida e uma boa adição para dificultar a vida do jogador. No entanto, o fato de podermos usar certos itens apenas em uma mão específica, como remédios na direita e lanterna e medidor de som na esquerda, acaba não fazendo muito sentido. Porém, são questões de game design, assim como a linearidade, que podem incomodar apenas jogadores mais experientes.
Belos gráficos e imersão sonora
Por fim, vale ressaltar que a experiência no Xbox Series X conta com belos gráficos, trazendo um bom uso da Unreal Engine. O game possui ambientes internos cheios de elementos bem realistas e florestas densas.
No entanto, o grande destaque técnico acaba ficando para a imersão sonora. Usando fones de ouvido, é possível sentir a diferença ao pisar na areia, no asfalto e na grama, por exemplo, sem precisar do medidor de barulhos do game.
Para quem sente falta de experiências como Alien Isolation, que receberá uma sequência futuramente, o jogo de Um Lugar Silencioso pode ser uma boa pedida para suprir o papel de terror imersivo.
Vale a pena?
A Quiet Place The Road Ahead está longe de ser um jogo revolucionário, mas é a prova de que adaptações de filmes para games merecem acontecer mais vezes. O jogo entrega uma experiência divertida e tecnicamente competente no Xbox Series X.
Com um gameplay linear, o jogo impressiona pelo seu uso de áudio, traz belos gráficos e mecânicas interessantes, como uma protagonista asmática no apocalipse, garantindo certo diferencial para a obra. Enquanto o jogo pode suprir o buraco deixado por títulos como Alien Isolation, o resultado também pode não agradar jogadores mais entusiastas pela sua linearidade.
Para quem é fã de terror e furtividade, e curte tomar uns sustos, vale a pena deixar A Quiet Place The Road Ahead em seu radar. Caso a grana esteja curta para comprá-lo no lançamento, por preços que partem de R$ 100, vale a pena deixá-lo na lista de desejos e esperar uma promoção.
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