EA Sports FC 25 é igual, mas diferente - Review

Testamos o novo jogo de futebol da EA Games, que já está disponível para PC e consoles

Por Ramon Felix.

EA Sports FC 25 está entre nós, trazendo uma série de novidades no gameplay, antigos hábitos e a fatídica pergunta: é apenas o mesmo jogo de sempre? Já abordei esse dilema em outras análises da série, destacando a dificuldade de avaliar os jogos de esportes da EA, onde as comparações com os antecessores são inevitáveis.

O que nos resta, então, é avaliar o que há de realmente novo e determinar se vale a pena investir no alto preço de lançamento, especialmente considerando que, em três meses, o mesmo jogo costuma aparecer em promoção pela metade do valor. Vamos, então, ver como o FC 25 se sai dessa vez.

Confira, a seguir, a review completa do Jornal dos Jogos com EA FC 25, realizada com uma cópia do game para Xbox Series S/X cedida pela Eletronic Arts do Brasil.

FC IQ chegou para mudar no quesito gameplay

Quando olhamos o anúncio de um novo jogo da franquia de futebol da Eletronic Arts, parece que sempre ouvimos a mesma história. A empresa sempre promete que os gráficos estão melhores e o gameplay está mais realista do que nunca.

No fim das contas, a EA pode implementar milhões de novidades no EA FC, mas, se a gameplay continuar ruim, de nada adianta. Felizmente, a gameplay mudou no novo jogo, e para melhor.

Arrisco dizer, até, que temos aqui a melhor experiência em anos no modo simulação. Vou falar mais sobre isso adiante.

A grande novidade no quesito jogabilidade é o FC IQ, o novo sistema de táticas e posicionamento dos jogadores em campo. A solução se junta aos já conhecidos HyperMotionV e PlayStyles, transformando o gameplay em um dos mais distintos dos últimos anos.

Primeiramente, porque os jogadores finalmente obedecem nossas orientações no que diz respeito às funções que lhes atribuímos. Em segundo lugar, porque as táticas mudaram drasticamente. Na minha opinião, para pior.

Ao mesmo tempo em que ganhamos mais precisão tática, perdemos opções de variação de estilo de jogo. Não podemos ajustar a amplitude do time sem alterar toda a tática, nem alterar livremente o posicionamento dos jogadores. Agora, qualquer modificação precisa ser feita nas funções dos jogadores, algo que já existia em jogos anteriores, mas que agora tem um papel ainda mais crucial.

Esse novo sistema traz aspectos positivos e negativos. Como mencionei, a falta de liberdade tática nos obriga a modificar a função dos jogadores para alcançar o estilo desejado, o que resulta em muitos cliques pelos menus. É um processo muito burocrático. Não dá para simplesmente abrir o gerenciamento do time e fazer ajustes rápidos, porque os menus não são ágeis.

No entanto, para ser justo, um ponto positivo desse novo sistema é a possibilidade de importar táticas de outros jogadores através de um simples código. Além disso, podemos criar várias táticas para serem usadas durante a partida, o que, apesar de não ser novidade, está implementado de forma mais eficiente agora.

Outro ponto positivo é a implementação do modo de simulação para os modos offline, que nada mais é do que ajustes nos sliders do jogo, proporcionando uma experiência mais realista, algo mais próximo do futebol que vemos na vida real. Essa mudança é muito bem-vinda e já era pedida há muito tempo, especialmente considerando que a EA utiliza um sistema semelhante em seus jogos da NFL.

Na minha opinião, a gameplay no modo simulação é muito melhor do que a padrão, que geralmente é muito acelerada e se assemelha a um 'pebolim'. Ainda assim, os problemas persistem: as 'bolas espíritas' continuam, os movimentos estranhos permanecem e a física parece ser moldada para favorecer o que o jogo deseja, com situações bizarras, como a bola atravessando os pés dos jogadores."

Carreiras tem vida renovada

Tanto o modo Carreira Jogador quanto o modo Carreira Treinador receberam novidades interessantes, como a integração dos campeonatos femininos e masculinos, torneios de base utilizando o sistema Rush, banco de reservas com 9 atletas e histórias de origem no modo Carreira Jogador. Com essas novidades, além do FC IQ e do modo de simulação, o jogo ganhou um bom fôlego nos modos offline. No modo Carreira Treinador, especialmente, temos mais controle sobre as atividades do clube, e a gameplay está mais fluida, oferecendo um incentivo extra para continuar jogando. O fato de o FC 25 contar com as licenças das principais ligas europeias também é um grande ponto positivo. É uma experiência muito mais envolvente jogar em uma liga com todos os elementos visuais e estádios licenciados.

O modo Carreira Treinador também recebeu outras pequenas adições, como melhorias nas entrevistas pós-jogo, onde as perguntas agora levam mais em conta os eventos da partida, utilizando mais dados para torná-las relevantes. No entanto, para cada pergunta interessante, ainda existem duas que são ridículas e repetitivas.

Por outro lado, o modo Carreira Jogador teve mudanças mais sutis. Uma delas são as histórias de origem, que funcionam como uma espécie de roteiro para definir quem seu jogador é e quais responsabilidades ele assumirá.

Apesar de ser uma adição interessante que aumenta a rejogabilidade, permitindo experimentar diferentes cenários, o modo Carreira Jogador continua pobre em boas opções. As demais novidades parecem mais como placebos, inflando o modo com elementos que não adicionam muito valor.

O que ainda me incomoda é a progressão, que acho rápida demais. Em pouco tempo, o jogador evolui bastante, o que acaba tornando o modo cansativo rapidamente. Mas o público de FIFA parece gostar disso: doses rápidas de dopamina.

Rush precisava existir?

Ainda não tenho certeza se tenho uma opinião formada sobre o Rush. Esse novo modo veio para substituir o antigo VOLTA e está presente em praticamente todos os outros modos de jogo: Ultimate Team, Clubs e Carreira. Para quem não sabe, o Rush traz uma experiência de futebol society para o game – um 5x5 com regras diferentes do futebol tradicional.

Sinceramente, acho que trocar o VOLTA pelo Rush foi como trocar seis por meia dúzia. A única diferença real é que, em vez de ser um modo próprio, ele agora está integrado aos outros modos de jogo. No modo Carreira, considero uma adição desnecessária; os torneios de base são enfadonhos e não agregam muito.

Por outro lado, no Clubs e no Ultimate Team, o Rush é uma grande adição. No Clubs, especialmente, era difícil conseguir uma sala completa com todos os jogadores, e a bola acabava mais nos pés da IA do que nos nossos. O Rush facilita a formação de partidas com salas cheias e torna mais prático convidar amigos para aquela resenha.

Não é uma novidade que me empolga, mas definitivamente é mais útil do que o VOLTA. Talvez, se a EA tivesse pensado em integrar o VOLTA a outros modos de jogo desde o início, o modo teria sido mais valorizado.

Competente graficamente e com mais personalização

EA FC 25 continua sendo um jogo graficamente competente, como já é de costume. Mesmo nas configurações mais baixas, o jogo entrega uma qualidade visual bastante satisfatória. E nesta edição, a adição de Ray Tracing e novas simulações relacionadas aos uniformes dos jogadores trazem ainda mais realismo. Falando em jogadores, as faces estão cada vez mais impressionantes. A tecnologia de escaneamento evoluiu muito, e a cada ano vemos os atletas nos videogames ficando ainda mais parecidos com suas versões da vida real.

Ainda no tópico das faces, os jogadores genéricos receberam um bom upgrade visual. Antes, todos tinham um visual bastante semelhante e genérico de fato. Agora, com novas opções de personalização e um toque de machine learning, esses jogadores ganharam rostos mais diversificados e realistas.

O novo sistema de personalização não beneficia apenas os jogadores genéricos, mas também nós, que gostamos de passar horas criando e editando nossos personagens. Há uma variedade muito maior de opções de cabelo, barba, ajustes morfológicos, entre outros detalhes."

Vale a pena

Entre altos e baixos, EA Sports FC 25 é um jogo melhor que seus antecessores. O game traz uma boa base de gameplay para ser aprimorada nos jogos seguintes, mas tem suas decisões questionáveis como em qualquer jogo, é normal.

Ainda assim, o título é o que temos de melhor falando em jogos de futebol. Porém, sigo com a minha opinião de sempre: as novidades não compensam o preço cheio do jogo. Ou vale, caso você só jogue o EA FC 25.

Ele vai te entregar diversão, ele vai te dar raiva, mas irá ter conteúdo para todo seu ciclo de 1 ano. Se você é um jogador casual e só jogará eventualmente, nos finais de semana com amigos, um modo online rápido durante a semana, ainda vale a pena esperar uma promoção. 

EA FC 25 já está disponível no PC e consoles PlayStation e Xbox.