Hades II é tudo que eu sonhei e mais um pouco – Review
A Supergiant pegou um dos melhores roguelikes da história e conseguiu deixar ainda melhor. Confira a análise do Jornal dos Jogos
Sou suspeito para falar de Hades II. O primeiro jogo é facilmente um dos meus favoritos de todos os tempos — daqueles que você termina, promete “só mais uma run” e percebe que amanheceu jogando.
Por isso, a ideia de uma sequência parecia quase impossível de superar. Mas a Supergiant Games, felizmente, fez o improvável. Após um período de desenvolvimento em acesso antecipado, Hades 2 agora está disponível em sua forma final, e está caprichado.
O novo jogo independente não só honra o legado do primeiro como o expande em praticamente todos os sentidos: mais conteúdo, mais personagens, mais mecânicas e, principalmente, mais alma. É um jogo que entende o que o público amava no original e tem coragem de crescer sem perder o coração no processo.
Ficha Técnica
Jogo: Hades II
Lançamento: 25/09/2025
Onde jogar: PC, Nintendo Switch e Nintendo Switch 2
Plataforma de teste: PC
Preço: A partir de R$ 88,99 na Steam — ou R$ 109,90 na Nintendo eShop.
A história de Melinoë contra Cronos
Enquanto o primeiro jogo da franquia trazia Zagreus dando uma de adolescente rebelde querendo sair de casa, aqui as coisas estão bem mais obscuras. A história do novo jogo toma proporções maiores, garantindo um frescor para a narrativa.
Desta vez, o inferno é comandado por Cronos, o Titã do tempo, que usurpou o trono de Hades e ameaça não apenas o submundo, mas também o Olimpo. No meio desse caos, surge Melinoë — filha de Hades e irmã de Zagreus — que foi escondida quando criança e treinada pelas filhas de Nyx para enfrentar o próprio avô.
A narrativa continua o estilo que tornou o primeiro Hades tão cativante: não há longas cutscenes, mas sim uma avalanche de pequenos diálogos, fragmentos de mitologia e relações que se constroem aos poucos.
É um jogo que recompensa a curiosidade. Cada conversa com Perséfone, Hécate ou Apolo é um novo pedacinho de contexto, e você passa a querer morrer só para voltar e conversar com eles de novo.
Hades II é uma sequência direta — e se você jogou o primeiro, vai se sentir em casa. Há referências, reencontros e nuances emocionais que só brilham se você conhece o passado da família.
Dá pra começar por aqui? Dá. Mas é como chegar no meio de uma festa: você se diverte, mas sabe que perdeu umas boas histórias antes de entrar — o que pode servir de incentivo para retornar ao título anterior.
Jogabilidade e conteúdo quase infinitos
A estrutura roguelike continua sendo o coração pulsante de Hades II, mas agora o jogo parece respirar com mais fôlego. A variedade de inimigos e cenários é absurda, e a sensação de novidade se mantém mesmo depois de dezenas de tentativas.
É impressionante como cada run parece uma história nova, e não só uma repetição da anterior. Parte disso é por causa do combate, que continua impecável — rápido, fluido, responsivo — e as seis armas disponíveis transformam completamente a forma de jogar.
Há armas que pedem agressividade e reflexos afiados, e outras que favorecem o controle e o posicionamento. Trocar entre elas é quase como trocar de estilo de jogo. E quando você descobre as bênçãos certas dos deuses, é como se o caos virasse poesia.
Além do combate, o jogo expande seu mundo fora das arenas. O acampamento, que substitui a antiga Casa de Hades, virou uma central viva de progressão.
O caldeirão é essencial para avançar a história, as cartas substituem o espelho e há um novo sistema de coleta e cultivo que adiciona uma camada de descanso entre as batalhas. Pegar uma picareta e minerar um pouco de adamantina entre as tentativas é quase terapêutico — e faz tudo parecer mais orgânico, mais vivo.
Há tanto conteúdo aqui que é difícil imaginar o jogo cansando. Cada vez que você pensa “acho que já vi tudo”, surge uma nova arma, um novo deus, um novo diálogo que muda completamente a dinâmica.
Hades II é um jogo que te entende — ele sabe que você vai querer voltar, e se certifica de sempre ter algo novo te esperando.
Um dos jogos mais bonitos já feitos
E quando o assunto são gráficos, não há exagero aqui: Hades II é um espetáculo visual. A Supergiant elevou sua direção de arte a um novo patamar.
Tudo é detalhado, expressivo, vivo — dos brilhos etéreos do Olimpo aos tons sombrios do submundo. Cada personagem parece uma pintura em movimento, e cada ambiente é uma pequena obra-prima.
É um jogo que faz você parar no meio da luta só para apreciar o cenário. Os efeitos das habilidades são uma sinfonia de luz e cor, e a nova paleta — mais fria, mística e lunar — combina perfeitamente com o tema de Melinoë.
O jogo também não decepciona quando o assunto é desempenho. Eu testei Hades II no PC, e a performance foi exemplar. O mesmo também vale para o portátil Steam Deck, que roda o título com ótimos visuais e sem engasgos.
Carregamentos rápidos, nenhuma queda de performance e zero bugs perceptíveis. Em uma indústria cada vez mais problemática, é raro ver um jogo com esse nível de polimento, especialmente em um gênero que depende tanto da fluidez do combate. A Supergiant segue dando aula de como lançar um jogo pronto, estável e otimizado.
Vale a pena?
Sim. Mil vezes sim. Hades II não é só uma sequência — é uma celebração do que tornou o primeiro tão especial, e uma demonstração de como evoluir sem perder identidade.
A quantidade de conteúdo aqui é absurda, a rejogabilidade é praticamente infinita, e o preço é justo: R$ 88,99 por uma experiência que entrega mais do que muitos blockbusters de R$ 400.
Hades II não é só uma sequência — é uma celebração do que tornou o primeiro tão especial.
Não há passes, microtransações ou pegadinhas. É só você, sua determinação e o submundo inteiro tentando te impedir de vencer.
Depois de dezenas de horas, ainda me pego dizendo “só mais uma run”. E quando finalmente consigo derrotar um chefe ou desbloquear uma nova bênção, sinto o mesmo frio na barriga que senti jogando o primeiro Hades pela primeira vez.
Hades II é um lembrete de por que jogamos videogames: pela sensação de descoberta, desafio, superação e, acima de tudo, diversão. A Supergiant fez de novo — e, honestamente, não sei como vão superar isso da próxima vez. Mas se alguém é capaz, são eles.
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