Spirit of the North 2 é uma viagem espiritual em forma de jogo - Review
Novo jogo da raposa chega para evoluir a experiência do título original com ainda mais possibilidades
Revelado de surpresa em um evento do Xbox, Spirit of the North 2 pode ser considerado uma das maiores surpresas do mundo dos games nos últimos anos. E quando eu digo surpresa, é no sentido literal: ninguém esperava uma sequência do icônico jogo indie de 2020.
Felizmente, os espíritos da indústria dos games foram bondosos e, agora, estamos aqui. Neste dia 8 de maio, Spirit of the North 2 estreia oficialmente no PC, PS5 e Xbox Series S e X. E se você curtiu o trabalho original da Infuse Studio, se prepare, pois temos um jogo cheio de beleza e emoção entre nós.
Ficha técnica
Jogo: Spirit of the North 2
Lançamento: 08/05/2025
Onde jogar: PC, Xbox Series S/X e PS5
Plataforma de teste: PC
Preço: A partir de R$ 88,99 (com desconto no lançamento)
O Jornal dos Jogos teve a chance de testar Spirit of the North antecipadamente no PC, cortesia de uma key fornecida pela Masamune, Infuse Studio e Silver Lining Interactive. A seguir, confira a nossa review com o game.
Uma jornada espiritual silenciosa e reflexiva
A premissa de Spirit of the North 2 segue os mesmos padrões do jogo original da franquia, mas evoluindo a experiência para novos patamares. O jogador assume o controle de uma raposa que, ao lado de um corvo, explora belas paisagens nórdicas.
Em um ambiente de natureza e espíritos antigos, a missão é descobrir os mistérios do local enquanto embarca em uma jornada recheada de beleza e reflexão. Sem diálogos, o jogador é carregado por uma narrativa contada em retalhos encontrados durante a exploração e resolução de puzzles.
Tudo isso é sustentado por cutscenes tocantes — algumas renderizadas na engine, outras em belíssimos quadros desenhados à mão — que reforçam o vínculo entre a raposa e o corvo, companheiro constante nessa jornada.
O resultado final é um gameplay contemplativo, silencioso e relaxante, com uma imersão que vai te fazer viajar para aquelas amplas colinas cobertas por névoa densa, florestas cheias de vida e cavernas repletas de mistérios. Assim como o título original, Spirith of the North 2 é uma jornada espiritual em forma de jogo, mas com ainda mais possibilidades.
Gameplay evoluído
Se o primeiro Spirit of the North já era uma experiência contemplativa e emocional, a sequência leva esse conceito ainda mais longe com uma jogabilidade muito mais robusta. A principal novidade é a introdução de um sistema de personalização da raposa, permitindo que os jogadores escolham não apenas a aparência, mas também habilidades específicas que se adaptam ao seu estilo de jogo. Isso traz uma camada estratégica sutil, mas significativa, à jornada.
Também é possível desbloquear e aprimorar poderes por meio de runas espalhadas pelo mapa. Esses upgrades influenciam diretamente na exploração e na resolução dos quebra-cabeças ambientais, garantindo mais possibilidades durante o gameplay.
O jogo também conta com uma árvore de habilidades e mais desafios que trazem variedade na jogabilidade. Enquanto eu particularmente gosto de uma abordagem mais minimalista em jogos nesse estilo, as mudanças são bem-vindos para quem sentiu falta de mais interatividade no game original.
O level design também foi aprimorado, com mecânicas visuais como trilhas de fumaça vermelha guiando o jogador de maneira orgânica pelos principais objetivos. Isso mantém a liberdade de exploração, mas evita que o jogador se perca sem rumo no mundo aberto.
Belos gráficos e mundo aberto, mas com seu preço
Falando em mundo aberto, Spirit of the North 2 abandona a estrutura linear do primeiro jogo e adota áreas mais amplas, com a exploração de biomas distintos e vastos. De florestas densas a montanhas nevadas e criptas ancestrais, cada cenário transborda estilo e atmosfera.
Essa escolha torna a jornada ainda mais envolvente e oferece liberdade total para explorar no seu ritmo. Enquanto o gameplay conta com limitações de orçamento visíveis na movimentação e exploração, é muito lindo andar nos ambientes abertos e explorar cada canto do mapa.
Ainda assim, a experiência também pode ser um pouco “demais” para jogadores acostumados a um gameplay mais linear. Em alguns momentos, eu senti que a exploração poderia deixar de lado para focar mais na jornada principal, mas o saldo geral ainda é positivo, com exceção do custo técnico.
Construído na Unreal Engine 5, o jogo exige uma máquina poderosa para rodar em sua configuração máxima. Mesmo no preset “baixo”, o game continua visualmente bonito, mas os requisitos mínimos já pedem uma RTX 2080 e um processador de alto desempenho.
Nós testamos o game por aqui em uma RTX 4070 e obtivemos uma boa perforamance, mas com algunas inconsistências — o que pode ter ligação com o período de pré-lançamento. Já no Steam Deck, a experiência ficou muito abaixo do esperado. Ou seja: usuários de PCs mais modestos precisarão ajustar bastante as configurações ou até mesmo considerar outras plataformas.
Apesar disso, é importante ressaltar que estamos falando de um estúdio menor, e que já deixou claro que está trabalhando em otimizações — como é possível ver em posts na página oficial do game na Steam. Desde os menus até o ciclo de dia e noite dinâmico, tudo segue ganhando atenção nos últimos meses de desenvolvimento para garantir fluidez
Vale a pena?
Spirit of The North 2 é um jogo lindo, contemplativo e introspectivo. Com protagonistas simpáticos, um mundo aberto bonito e mistérios para serem desvendados, é um jogo perfeito para quem curtiu o primeiro título da franquia, que hoje já sai por menos de R$ 6 no PC, e curte experiências como o icônico Journey.
Spirit of the North 2 não grita por atenção, mas sussurra direto ao coração.
Aproveitando a evolução tecnológica dos últimos cinco anos, a sequência abraça elementos de mundo aberto e novas mecânicas de gameplay, mas sem perder a essência tocante do game original. Enquanto a evolução pode ser pesada para jogadores mais casuais ou com PCs fracos, as novidades são bem-vindas para quem sempre aguardou o retorno da raposinha.
Para quem gosta de experiências imersivas de gameplay, vale a pena deixar o game no radar. Spirit of the North 2 não grita por atenção, mas sussurra direto ao coração. Para quem estiver disposto a escutar, a jornada vale cada passo.
Não conhecia, mas vou pegar o primeiro jogo pra dar um confere e já estou conferindo uma gameplay para ver o que me espera visualmente