Criadoras de CODE Bunny falam sobre inspirações do jogo e diversidade nos games
Trocamos uma ideia com as criadoras do viciante CODE Bunny no papo indie da vez! Confira a entrevista
Em um cometa distante, coelhos espaciais enfrentam ameaças misteriosas com espadas de luz, combates acrobáticos e uma dose de narrativa densa. Parece inusitado? Pois é exatamente essa mistura que transformou o indie brasileiro CODE Bunny em um dos games independentes mais empolgantes do momento, conquistando o coração da galera do Jornal dos Jogos.
Com influências de Mega Man, NieR e animes mecha dos anos 2000, o game é fruto de uma equipe brasileira apaixonada, liderada por mulheres trans, que apostou tudo em um projeto ambicioso — mesmo sem verba, estrutura ou garantias.
No Papo Indie desta semana, conversamos com Lavie Azure e Violeta Volnutt, duas das mentes por trás do jogo, sobre o desenvolvimento independente, a crescente visibilidade do estúdio Team Seventh Star e como diversidade e representatividade estão no DNA de CODE Bunny.
Um time apaixonado, mesmo com poucos recursos
CODE Bunny começou a ser desenvolvido em 2020 e passou por diversas transformações até chegar ao que é hoje, com seu gameplay de plataforma 2D frenético e viciante. Assim como outros projetos independentes, o estúdio foi descobrindo e planejando tudo no decorrer do desenvolvimento, e tudo deu certo no final.
“A equipe sofreu bastante alterações no decorrer do desenvolvimento”, conta Lavie, que atua como lead developer. “A maior dificuldade foi não ter um escopo planejado desde o começo, além de não haver verba para desenvolver o jogo. Isso, somado a problemas pessoais, faz com que o lançamento do jogo seja um verdadeiro milagre para nós.”
“Criar jogos exige dedicação total.”
Hoje, o time principal da Team Seventh Star é formado por cinco pessoas, cada um com funções essenciais. “Eu e o Gabriel ajudamos na escrita da narrativa. O OuroYisus é o pixel artist, o Joonaxii é o programador, e a Lavie teve dedo em tudo, com destaque para o game design”, explica Violeta. “Eu também cuido das redes sociais e produzo os trailers. É minha primeira vez como dev, mas a Lavie e o OuroYisus já trabalharam em outros jogos.”
Após essa experiência repleta de aprendizados, Lavie deixa um conselho direto para novos devs: comece pequeno. “Criar jogos exige dedicação total. Participar de game jams e projetos curtos pode ser muito positivo antes de partir para algo ambicioso.”
Uma carta de amor aos animes e jogos de ação
Na parte visual e mecânica, CODE Bunny é uma explosão de referências e criatividade. Lavie cita influências como Mega Man Zero, Azure Striker Gunvolt, Sonic, Freedom Planet e até NieR. Já Violeta destaca sua inspiração pessoal: Mega Man ZX. “Ele tem dois protagonistas com a mesma história, mas diálogos diferentes. Quisemos aplicar isso em CODE Bunny, com nuances que mudam dependendo se você joga com Axel ou Hazel.”
O resultado é uma experiência intensa e rejogável. “A gameplay rápida e fluida sempre chama atenção, e os visuais também ajudam. Mas o diferencial está no sistema de Ranks, nas rotas alternativas e no incentivo à experimentação do jogador”, explica Violeta. “Muita gente também se surpreende com a profundidade da história, num gênero que geralmente deixa isso em segundo plano.”
Crescimento, parcerias e planos futuros
CODE Bunny não só conseguiu ser lançado contra todas as adversidades, como também começou a criar uma comunidade em torno de si. “O jogo vem crescendo em popularidade de forma positivamente surpreendente”, diz Lavie. E esse crescimento chamou a atenção da Nuntius Games, publisher brasileira com diversos talentos do cenário independente.
“A parceria com a Nuntius está nos ajudando a organizar melhor o desenvolvimento e ter mais estrutura”, afirma Lavie. “Queremos fazer parte dessa iniciativa por muito tempo.” Violeta complementa: “Espero que possamos trabalhar com eles em jogos futuros também!”
A equipe já está planejando uma expansão do modo história de CODE Bunny
E falando em futuro, a equipe confirma que já está planejando uma expansão do modo história de CODE Bunny, que deve aprofundar ainda mais os temas e personagens do jogo. Detalhes ainda são mantidos em segredo, mas a promessa é que novidades devem aparecer até o fim do ano.
Representatividade com o pé no acelerador
Além da jogabilidade viciante e do visual carismático, CODE Bunny também se destaca por trazer diversidade de forma natural e consciente. O estúdio é formado por desenvolvedores trans e LGBTQIA+, e isso transparece tanto nos bastidores quanto na proposta de seus jogos.
“Aos poucos, vemos o mercado se tornando mais inclusivo”, comenta Lavie. “Queremos nos tornar um estúdio que aborda pautas trans e LGBTQIA+ de forma direta, até mesmo em CODE Bunny e sua expansão.” Violeta reforça: “A gente vê muitas mulheres, trans e cis, no meio de game dev. Ainda há muito preconceito, mas sinto que estamos avançando.”
“Ainda há muito preconceito, mas sinto que estamos avançando”
“A Team Seventh Star é uma equipe que coloca a arte na frente de tudo. Queremos que nossos jogos tenham mensagens. Coisas a dizer. Isso é o principal para mim”, resume Lavie. “Queremos criar jogos que carreguem nossas vozes e inspirem pessoas.”
Teste agora mesmo CODE Bunny no PC!
CODE Bunny já está disponível para PC e pode ser adquirido na Steam por apenas R$ 24,99. Com sua ação intensa, personagens cativantes e um universo cheio de estilo e identidade, o jogo promete agradar fãs de plataformas velozes como Mega Man e Freedom Planet.
Com direito a duas campanhas, trilha sonora feita no FamiTracker e uma porção de coelhos fofos para conversar na sala de bate-papo, CODE Bunny é mais do que um jogo indie: é uma declaração de amor à diversidade, à ação e aos games com alma.
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Confira, também, a edição anterior do nosso quadro, em que trocamos uma ideia com a galera por trás de RoboGAL! E se você não é dev, comenta aí embaixo qual estúdio você quer que a gente entreviste aqui no Jornal dos Jogos!