Elden Ring Nightreign mostra que fórmula souls funciona online - Review
Trazendo sofrência e amizade, o coop de Elden Ring aponta que nem tudo precisa ser Fortnite na indústria dos games
Fundada lá nos anos 80, a empresa de games japonesa FromSoftware conta com um catálogo longo de franquias em seus quase 40 anos de existência. No entanto, é inegável que o estúdio ganhou o coração de muitos gamers, e consolidou seu nome no mundo dos jogos, com a fórmula “souls”, que está presente em títulos como Dark Souls, Bloodborne e Elden Ring.
Trazendo um universo imersivo, dificuldade elevada e uma jornada introspectiva, esses jogos viraram o ponto de conforto de muitos jogadores que são fãs de single-player e curtem um desafio elevado. Porém, em 2025, a companhia trouxe uma grande mudança para a sua receita: uma pitada de multiplayer.
Lançado no final de maio, Elden Ring Nightreign utiliza o cerce da experiência do jogo single-player que vendeu mais de 30 milhões de cópias globalmente, e até vai virar filme da A24. No entanto, o gameplay é otimizado para uma experiência cooperativa online de até três pessoas.
Veja também: Conheça todos os jogos de Dark Souls e sua ordem
Ficha Técnica
Jogo: Elden Ring Nightreign
Lançamento: 29/05/2025
Onde jogar: PC, PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series S/X
Plataforma de teste: PC
Preço: R$ 197,90
Se isso funciona? Nós te contamos na análise a seguir, realizada com uma chave cedida pela Bandai Namco para PC.
Gameplay adaptado para o multiplayer
Se você está se perguntando se a fórmula souls funciona como multiplayer, a reposta é sim, mas com algumas adaptações. Nightreign pega o cerne do que temos em Elden Ring e traz mudanças para garantir uma melhor experiência cooperativa — no entanto, você também pode jogar tudo sozinho e offline.
Quando o assunto é pancadaria, a essência de combate de Elden Ring está intacta, mas com algumas mudanças importantes para funcionar no multiplayer. Em vez de criar um personagem do zero, você escolhe entre classes fixas, cada uma com habilidades e armas diferentes.
Classes disponíveis no lançamento:
Duquesa
Executor
Guardião
Olho-De-Ferro
Espectro
Reclusa
Corsário
Selvagem
Cada jogador deve escolher um arquétipo e permanecer com ele até o fim da partida, incentivando o trabalho em equipe e a estratégia. Além disso, há melhorias na exploração, como uma stamina mais flexível para correr mais rápido e um sistema de marcação de locais. Também é possível reviver aliados caídos batendo neles, usando um sistema de cooldown, o que torna as batalhas mais dinâmicas.
O mapa, agora chamado de Limveld e muda a cada nova sessão, trazendo um toque de roguelike à jornada. A progressão entre partidas acontece por meio de relíquias e fragmentos de memórias, o que garante um senso de evolução, mesmo com o reset de níveis a cada nova rodada.
O combate continua exigente, e a sinergia entre os jogadores é essencial para enfrentar os desafios da noite crescente e seus chefes brutais. E para quem joga sozinho, a experiência é bastante desafiadora, garantindo uma nova jornada no universo de Elden Ring.
Gráficos e ambientação reutilizando coisas para facilitar a vida
Em termos visuais, Nightreign não é um salto em relação ao Elden Ring original — e nem tenta ser. A FromSoftware reaproveita vários elementos gráficos e arquitetônicos, mas com ajustes que reforçam o novo clima sombrio que domina Limveld.
É como revisitar Limgrave em um pesadelo interminável. Tudo fica mais amaldiçoado com o cair da noite, mas com um toque familiar para os fãs de longa data. Com essa mistura, a ambientação acerta em cheio na imprevisibilidade e tom apocalíptico.
Outro ponto visual que chama atenção são os efeitos climáticos dinâmicos, que reforçam a sensação de urgência durante a aproximação da "noite". As partículas no ar, a iluminação escassa e os ruídos ambientais criam uma tensão constante, principalmente nas horas finais de cada ciclo, quando a área de jogo começa a encolher.
Nighreign é como revisitar Limgrave em um pesadelo interminável.
Já a base dos Nightfarers, uma nova versão da Mesa-Redonda, funciona como hub entre as partidas e traz um visual mais “caseiro”, com detalhes curiosos como o mercador Pote e o Espelho de Ajustes, onde é possível trocar cosméticos e visualizar relíquias.
Um caminho para a indústria?
Com esse clima de reciclagem, o jogo mostra como nem tudo precisa ser novo para divertir. Nightreign é a prova de que mais franquias consolidadas poderiam apostar em projetos de menor escopo, seja com multiplayer ou novas histórias, usando gráficos e mecânicas já consolidados.
Um exemplo que parece seguir essa premissa é Resonance, um spin-off da franquia A Plague Tale que chega em 2026. O jogo trará gráficos tão lindos quanto Requiem e possivelmente terá jogabilidade similar ao game anterior da Asobo Studio, o que pode garantir um preço mais acessível.
Outra franquia que se aproveita muito bem disso é Like a Dragon. Os jogos de Yakuza constantemente reaproveitam mapas e mecânicas já estabelecidas, o que permite aos devs evoluir certas mecânicas e também ousar na história, o que garante experiências cheias de personalidade como Pirate Yakuza In Hawaii.
No caso de Nightreign, o jogo pode acabar se tornando a Mesa-Redonda para os fãs da FromSoftware, abraçando chefes antigos e até cenários de outros jogos da empresa, como Dark Souls e Demon Souls — quem sabe até Bloodborne. Resta agora esperar pelo futuro, pois o presente já está bem promissor.
Ouvir a comunidade é essencial
E por falar em futuro, o potencial de expansão é gigantesco. A estrutura de Nightreign é perfeita para receber novos modos, chefes e até colaborações externas. Caso a empresa siga por esse caminho, temos em mãos não só um ótimo spin-off, mas também uma nova forma de explorar o universo de Elden Ring.
Considerando a estreia bombástica do jogo, que está entre os mais vendidos e jogados na Steam, público para esta expansão é que não falta. Agora é torcer para quem a FromSoftware mantenha uma boa cadência de conteúdos e, mais do que isso, ouça a comunidade.
Apesar do sucesso, o spin-off de Elden Ring claramente tem espaço para melhorias.
Apesar do sucesso, o spin-off de Elden Ring claramente tem espaço para melhorias. O jogo ainda carece de aprimoramentos na forma de comunicação e ainda não recebeu o modo duo, que deve chegar em breve, segundo a FromSoftware. Mais grave do que tudo isso, o título não possui crossplay, o que limita as possibilidades de jogar online com amigos.
Vale a pena?
Se você é fã de Elden Ring e estava sedento por mais conteúdo da FromSoftware, Nightreign cai como uma luva. Além de trazer uma nova forma de aproveitar esse universo, o jogo multiplayer também é um grande convite para mais pessoas conhecerem esse universo.
Seja em trios ou no modo solo, o jogo entrega uma experiência decente no lançamento e traz uma sólida base para crescer. No entanto, vale a pena esperar se você quer jogar online e precisa do crossplay para explorar com três amigos ou quiser jogar em duo.
Por outro lado, se você quer uma experiência desafiadora no solo ou tem amigos na mesma plataforma para explorar os terrores de Limveld, vale deixar o game no seu radar. Elden Ring Nightreign já está disponível no PC, PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series S e X. A versão de computador pode ser comprada na Nuuvem por R$ 176,90, com 10% de desconto por tempo limitado.