Deixe os achismos de lado e dê uma chance para Death Stranding 2 - Review
Novo jogo de Hideo Kojima tem mensagem importantíssima, mas que pode se perder no preconceito existente com a franquia. Venha conferir como foi nossa experiência!
Se você já é letrado no mundo dos games, com certeza já ouvir falar de Hideo Kojima. Amado por uns e odiado por outros, o desenvolvedor ganhou renome por seus projetos com teor experimental que marcaram gerações, mas também podiam ser divisivos para certos públicos.
Esse é o caso de Death Stranding: o primeiro título da franquia é visto até hoje como um simples “simulador de carteiro” ou “jogo chato” por muitos jogadores. Por outro lado, o título de 2019 fez sucesso o suficiente para ganhar ports em todas as plataformas e uma grande sequência, Death Stranding 2 On The Beach, que já está disponível no PS5.
Após zerarmos a campanha em cerca de 30 horas, trazemos aqui a nossa review do Jornal dos Jogos com o novo título de Hideo Kojima. Mas a abordagem será um pouco diferente: a essa altura do campeonato, já está mais do que evidente que Death Stranding 2 é uma obra-prima e que merece a atenção de quem é fã de videogame.
Por causa disso, nosso objetivo aqui vai ser apresentar o jogo, sua proposta e os motivos para você dar uma chance a esse título, seja atualmente ou no futuro. E tudo isso, claro, sem spoilers da história dos dois jogos.
Ficha Técnica
Jogo: Death Stranding 2 On The Beach
Lançamento: 26/05/2025
Onde jogar: PS5
Plataforma de teste: PS5
Preço: A partir de R$ 350
Sem mais delongas, é hora do textão, que foi concebido com uma cópia do game cedida pela PlayStation Brasil.
Se você gostou de Death Stranding 1, precisa jogar a sequência
Antes de mais nada, é importante ressaltar: se você já é fã de Death Stranding 1, não pense duas vezes e jogue o novo título de Hideo Kojima. Seja com preço cheio ou em futuras promoções (e até possíveis relançamentos), deixe o jogo em seu radar.
Death Stranding 2 utiliza a base de seu antecessor e melhora a experiência em todos os aspectos. Graficamente falando, On The Beach é um dos títulos mais lindos do PS5 atualmente, rodando muito bem na versão base do console e entregando gráficos impressionantes.
Death Stranding 2 utiliza a base de seu antecessor e melhora a
experiência em todos os aspectos.
A beleza do título fica evidente não só na ambientação, mas na captura detalhada de atores talentosos, incluindo Norman Reedus, Elle Fanning e Léa Seydoux. O áudio do jogo também é impecável, com uma trilha sonora cativante e que combina com toda a atmosfera do gameplay.
Além da parte técnica, o título também impressiona pela evolução de mecânicas e narrativa. Usando a mesma estrutura narrativa de Death Stranding 1, o novo jogo agora traz escolhas para aprofundar a história, mais opções de viagem rápida e aprimoramentos no gerenciamento e uso de construções e armas.
Tudo isso garante um ritmo que combina perfeitamente com a sequência. Enquanto o primeiro jogo trazia uma narrativa mais cadenciada e muitas explicações de um amplo universo, agora temos uma obra que explora seus personagens e universo com ainda mais profundidade.

O prognóstico geral é 100% positivo, e isso vem de uma pessoa que abandonou o primeiro Death Stranding duas vezes e finalmente zerou o jogo no último mês para acompanhar essa aguardada sequência. Com tudo do primeiro título ainda fresco na cabeça, posso garantir: todos os principais “erros” cometidos no projeto original foram sanados em Death Stranding 2, que traz um pacote perfeito para quem já é fã da franquia.
“Por que eu deveria dar uma chance para um simulador de Correios?”
Desde sua estreia, o gameplay de Death Stranding sempre foi um ponto de polêmica, afastando diversos jogadores de sua grandiosidade. O título é descrito por muitos como um “mero simulador de Correios” de forma pejorativa ou como meme. A verdade, no entanto, é que existe muita magia por trás dessa jogabilidade, principalmente na sequência.
Death Stranding 2 expande o universo da franquia, que possui uma ambientação única e que justifica o papel de entregador de seu protagonista, Sam Porter Bridges. A série se passa após um evento apocalíptico deixar a humanidade à beira da extinção e trazer uma grande mudança para a Terra: uma dimensão pós-vida chamada de “Praia” colide com a nossa realidade, trazendo criaturas que podem gerar explosões gigantescas e a chuva temporal, que envelhece tudo que toca.
Death Stranding 2 expande o universo da franquia, que possui uma ambientação única e que justifica o papel de entregador de seu protagonista.
Nesse contexto, os humanos se escondem em bunkers e evitam sair ao ar livre, pois um pingo de chuva pode custar anos de vida. Não só isso, encontrar um dos monstros, conhecidos como entidade praiana (EP), pode ser letal não só para si, mas para todo mundo que possa ser afetado pelo raio da grande explosão.
Em um mundo dividido e cheio de necessidades, os entregadores acabam se tornando verdadeiros heróis. E essa perspectiva já pode ser suficiente para te dar uma nova visão do gameplay: algo tão trivial, como entregar uma pizza ou uma garrafa de vinho, se torna uma questão de vida ou morte no jogo, dando um novo significado para coisas simples do nosso dia a dia.
Conectando pessoas (e a si mesmo)
No primeiro Death Stranding, o protagonista Sam Porter Bridges é incumbido com a missão de conectar os Estados Unidos enquanto realiza entregas, montando a rede quiral (uma espécie de internet sobrenatural). Não bastassem os monstros sobrenaturais que podem matá-lo a qualquer momento, ele também precisa lidar com contrabandistas e terroristas que são contra a ideia das pessoas se conectarem novamente.
Em Death Stranding 2, a missão é ainda maior: conectar o México e a Austrália. Aproveitando o poder extra da nova geração, agora temos áreas abertas ainda maiores e eventos climáticos que podem alterar sua rota de trabalho, como derrubar pontes ou causar deslizamentos. Tudo isso, também, acompanhado de ameaças sobrenaturais de tamanho colossal.
Assim como no primeiro jogo, a simples experiência de realizar entregas pode ser gratificante. Todo o gameplay pode ser resumido em ajudar e ser gentil com as pessoas, apesar das adversidades. Os dois jogos também possuem elementos online em que você pode ajudar outros jogadores, seja com suas construções ou deixando um “obrigado” ou placa de aviso no caminho.
Death Stranding 2 é uma ótima válvula de escape para uma realidade cada vez mais cheia de estímulos rápidos e feeds lotados de conteúdos curtos.
E durante o trabalho cotidiano no apocalipse com Sam, você também consegue um tempinho para se reconectar consigo mesmo. Com uma ambientação imersiva e mais cenários diversificados, Death Stranding 2 é uma ótima válvula de escape para uma realidade cada vez mais cheia de estímulos rápidos e feeds lotados de conteúdos curtos.
Depois de um longo dia de trabalho e muito TikTok na cabeça, existe uma certa magia em colocar 200 kg nas costas de Sam e sair pelas montanhas, de carro ou a pé, para realizar entregas e, de quebra, salvar o mundo.
E se a experiência estiver difícil ou cansativa, é sempre bom lembrar: os dois jogos da franquia possuem modos voltados para a História, que facilitam muito a jornada. Além disso, também é possível usar viagem rápida em lugares abertos do mapa.
História de Death Stranding 2 traz uma mensagem importante
Seja com os pés, em cima de rodas ou usando viagem rápida, a recompensa pelas entregas chega em forma de uma bela e densa história. Assim como no primeiro game, Death Stranding 2 surpreende com uma narrativa recheada de mistérios e personagens cativantes.
Enquanto o primeiro jogo se preocupa mais em construir um mundo e passar a mensagem da importância da conexão (o que ganhou outra camada com a pandemia), aqui a história é outra. Em Death Stranding 2, lidamos justamente com o peso dessas conexões, o que pode ser visto na jornada de Sam e seus parceiros.
Abordando temas como luto, família e amizade, Death Stranding 2 mostra como é importante ter conexões, mas como o peso de cada elo pode ser impactante. Com essa premissa, o jogo pode tocar em pontos de sua vida que você nem esperava.
Não vamos entrar em detalhes da história para evitar spoilers, mas durante toda a minha jornada pelo jogo, lembrei de pessoas próximas que já tiveram animais de estimação e tomaram uma escolha peculiar. Após a morte do bichinho, elas decidiram jamais adotar outro pet, para “não passar mais por essa dor”, mas esquecendo todos os momentos de felicidade que tiveram com o animalzinho.
Afinal, vale a pena criar laços duradouros se, um dia, eles se acabarão? A jornada de felicidade criada pelas conexões vale a dor de chegar ao fim do caminho? São questões como essa que eventualmente podem pular na sua cabeça enquanto entrega uma pizza em terras inóspitas.
Death Stranding 2 mostra como é importante ter conexões, mas como o peso de cada elo pode ser impactante.
Além do lado humano, Death Stranding 2 também conversa, mesmo sem querer, com temas contemporâneos. Em um mundo cada vez mais online e dominado por tecnologias como a inteligência artificial, o jogo mostra como o lado humano ainda deve prevalecer.
Tudo isso, no entanto, é contado no “jeito Kojima”, trazendo momentos grandiosos no gameplay e grandes revelações, o que pode gerar diversão e, em algumas horas, até certo desconforto. No entanto, o prognóstico final é bastante positivo, com boas surpresas e uma cena pós-créditos digna de cinema.
Vale a pena jogar Death Stranding 2, agora ou depois
Death Stranding 2 chega ao PS5 redondinho, em uma experiência com ótimos gráficos e que evolui o gameplay e narrativa de seu antecessor. Para quem já é devoto das maluquices de Hideo Kojima, vale a pena dar uma chance ao jogo, seja agora ou mais para frente.
O preço de R$ 350 praticado em lançamentos atuais definitivamente não é convidativo para muitas carteiras. No entanto, Death Stranding 2 deve envelhecer tão bem quanto o primeiro jogo da franquia, pois traz gráficos ainda melhores e um gameplay refinadíssimo.
Assim, não se sinta culpado em esperar uma promoção ou o lançamento do jogo em outras plataformas — o que eventualmente pode acontecer, considerando o histórico da Kojima Productions. E para os novatos no mundo de Death Stranding, vale a pena jogar o primeiro título da franquia enquanto espera por uma promoção do segundo.
Além de ter envelhecido muito bem após a pandemia, o primeiro jogo está completíssimo em sua versão Director’s Cut, que já está em todas as plataformas e pode ser jogado com a assinatura PS Plus. Em um mundo onde tudo é urgente e raso, vale a pensa caminhar com calma e aproveitar os dois games de Death Stranding sem muita pressa.
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