Review: Code Bunny é um indie baratinho com gameplay viciante e experiência retrô
Projeto do estúdio brasileiro Team Seventh Star surpreende com jogabilidade dupla e história cheia de conspirações
Lançado como o primeiro grande projeto da Team Seventh Star no final de 2024, Code Bunny chegou com pinta de jogo indie com o coração de clássico dos tempos do cartucho. Com visual retrô, dois protagonistas jogáveis e um enredo recheado de corporações suspeitas e coelhos insanos, o game promete uma viagem estilosa por um futuro nada tranquilo.
Disponível para PC, o jogo chamou atenção logo de cara por misturar ação acelerada, personagens carismáticos e aquele charme nostálgico de quem cresceu ao lado de um console clássico da SEGA ou Nintendo. Mas será que essa combinação funciona na prática?
Além de entrevistarmos a galera por trás de Code Bunny, nós testamos o game aqui no Jornal dos Jogos durante as últimas semanas. Confira agora se vale a pena embarcar nessa missão futurista com espada, patins e teorias da conspiração.
Ficha técnica
Jogo: Code Bunny
Lançamento: 19/12/2024
Onde jogar: PC
Plataforma de teste: PC
Preço: R$ 24,99
A key utilizada para a review foi cedida pela Team Seventh Stars e a Nuntius Games, publisher do game. Prepare sua espada e seus patins, e bora ver o que o jogo tem a oferecer!
Coelhos, corporações e conspirações
A narrativa de Code Bunny é contada sob duas perspectivas: a da espadachim Hazel e do patinador Axel, que trabalham para uma megacorporação futurista e se veem obrigados a enfrentar os perigos de um novo grupo conhecido como Mad Bunny. Parece nome de boyband, mas os caras são perigosos (e também fofinhos, como esperado em um jogo cheio de coelhos). Cada personagem tem sua própria campanha, e o interessante é que os diálogos mudam conforme a campanha escolhida, oferecendo visões complementares da mesma história.
O jogo não tenta ser um épico de 40 horas – na real, ele nem chega perto disso. Mas o que falta em duração, sobra em narrativa bem amarrada. As conspirações envolvendo grandes empresas e o clima de ficção científica funcionam muito bem dentro do escopo do jogo. É aquela história que você termina rápido, mas que surpreende e fica na sua cabeça.
Code Bunny mostra que dá pra fazer muito com pouco.
Hazel e Axel não são apenas avatares com armas estilosas: eles têm personalidade, motivação e bons diálogos. Mesmo com um roteiro enxuto, o game consegue dar profundidade aos protagonistas, fazendo com que o jogador se importe com os dois lados da moeda. E quando as revelações finais chegam, o jogo realmente brilha.
Com um pé na crítica social e outro nos clássicos sci-fi, Code Bunny mostra que dá pra fazer muito com pouco. É um exemplo de como a narrativa em jogos indies pode surpreender, sem precisar de cenas cinematográficas de meia hora ou dezenas de colecionáveis com diários esquecidos.
Gameplay traz dois estilos e muita pancadaria
O gameplay de Code Bunny é onde o jogo realmente pode te fisgar por muito tempo. Com duas campanhas distintas, cada uma reflete a personalidade de seu protagonista. Hazel é ofensiva, ágil e usa uma espada combinada com flechas de teletransporte – é tipo uma mistura de ninja com arqueira tecnológica.
Já Axel prefere resolver as coisas patinando: ele ataca com movimentos rápidos e usa a mobilidade pra escapar das tretas, refletindo seu lado mais pacifista, que fica bem evidente durante a narrativa.
Essa diferença de estilos cria uma dinâmica muito divertida. Você não está só trocando de skin: está jogando dois jogos com ritmos diferentes. Hazel convida o jogador a ir pra cima, ser agressivo, dominar o campo. Axel, por outro lado, recompensa o jogador que observa, se movimenta e sabe o momento certo de agir. A dualidade entre eles é o coração da experiência.
O ritmo do jogo é acelerado e satisfatório, combinando muito bem com o gameplay de plataforma 2D. As lutas contra chefes também merecem destaque, misturando padrões de ataque criativos com aquele desafio que dá gosto de superar. Você apanha, repensa a estratégia e volta ainda mais determinado. Não é nada que vai te deixar frustrado ou jogando por horas no mesmo lugar no estilo Dark Souls, sendo algo amigável para quem curte se desafiar, mas sem arrancar os cabelos.
Além disso, mesmo depois de terminar a história, o jogo ainda tem modos extras como speedrun e sem cutscenes, mirando nas pontuações e scores. É aquele tipo de título que você termina e já pensa: “vou tentar bater meu tempo agora”. O fator replay é real e ajuda a esticar ainda mais a experiência, que pode ser bem relaxante se o gameplay funcionar com você.
Visuais: nostalgia com estilo
Visualmente, Code Bunny é pura nostalgia. Com gráficos pixelados e uma trilha sonora que poderia muito bem estar em um cartucho de Mega Man, o jogo acerta em cheio no coração de quem viveu a era dos 101 jogos em 1 do Dynavision. Se você cresceu soprando fita, prepare-se para uma viagem no tempo.
Se você cresceu soprando fita, prepare-se para uma viagem no tempo.
Mas apesar da carinha retrô, o jogo é bem moderno por dentro. Os inimigos têm designs variados, os cenários são detalhados e a arte sabe brincar com a paleta de cores e o estilo visual pra manter tudo sempre interessante. Em alguns momentos, o jogo até evoca referências a títulos como Nier Automata e Kingdom Hearts – claro, com menos pixels por centímetro quadrado.
Outra boa notícia é que Code Bunny é leve e otimizado, funcionando sem bugs. Roda muito bem tanto no PC quanto no Steam Deck, e no console portátil a experiência é excelente. A combinação de gráficos pixelados e gameplay ágil parece ter sido feita sob medida para a telinha menor – é o tipo de jogo que você pode jogar no sofá, no ônibus ou na fila do pão.
No fim das contas, Code Bunny prova que visual retrô não precisa significar visual limitado. Com direção de arte competente e identidade própria, o jogo encanta mesmo sem exigir placas de vídeo com três ventoinhas e RGB até no botão de power.
Vale a pena?
Sim, e com gosto! Code Bunny é um daqueles jogos que aparecem sem muito barulho, mas conquistam pela soma do capricho com a criatividade. A Team Seventh Star acertou em cheio com esse projeto de estreia: a história prende, o gameplay diverte e o visual dá aquele quentinho nostálgico no coração gamer.
Com um precinho camarada de R$ 25, o jogo oferece um ótimo custo-benefício. É o típico caso em que, se você pular uma ida ao cinema ou cozinhar em casa no lugar de pedir um lanche duvidoso no iFodd, já dá pra investir no game e ainda apoiar um estúdio brasileiro que começou com o pé direito (e a espada afiada).
Em Code Bunny, a história prende, o gameplay diverte e o visual dá aquele quentinho nostálgico no coração gamer.
Se você curte ação, uma boa narrativa e aquele charme retrô moderno, e está ciente das limitações de um projeto desse escopo, Code Bunny é uma ótima pedida. E se mesmo assim está desconfiado que o projeto pode não ser para você, vale a pena deixá-lo na lista de desejos da Steam. Afinal, em uma promoção, o game é a porta perfeita para quem busca um jogo de plataforma 2D desafiador e com personalidade.
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